segunda-feira, 20 de junho de 2011

COMANDO DA ATIVIDADE PARA COMPLEMENTAR A AVALIAÇÃO QUALITATIVA

GEO SUL 2011
COMANDO DA ATIVIDADE PARA COMPLEMENTAR A AVALIAÇÃO QUALITATIVA (2º BIM.)DOS 1º E 2º ANOS DO GEO SUL

1.LEIA ATENTAMENE O MATERIAL: DOIS ARTIGOS E UM VÍDEO
2. FAÇA UM BREVE COMENTÁRIO SOBRE CADA UM DELES (200 CARACTERES, NO MÁXIMO).
3. FAÇA UM BREVE COMENTÁRIO ENVOLVENDO O OBJETO DE ESTUDO DOS TRÊS.
4. ACEITAREMOS OS TRABALHOS ATÉ ÁS 23h59 DE SEXTA-FEIRA, DIA 25/06/2011.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

A nova estrela da Educação

Publicação: 22 de Maio de 2011 às 00:00


O Rio Grande do Norte tem uma nova estrela e o seu nome brilha na mídia impulsionado por essa força extraordinária das ditas redes sociais. Falo, claro, da professora Amanda Gurgel. O seu pronunciamento feito na Assembleia Legislativa, num audiência pública sobre os problemas da Educação no Estado, foi (continua) mostrado num vídeo difundido no Youtube e no Twitter e, por sua vez reproduzido, milhares de vezes, em saites, blogues e coisas que tais, do país inteiro. Com o mesmo destaque vemos em chamadas de capa em todas as edições onlaine dos principais jornais do país.

Eu mesmo já ouvi a fala de Amanda Gurgel várias vezes. Em todas elas a emoção transborda em mim. Só na noite de quarta-feira foram cinco vezes rodando o vídeo. Na manhã de quinta, mais três, duas delas na companhia de Julinha, a neta de quatro anos vidrada em computador. Sentada na cadeira ao lado, Julinha batia palmas todas às vezes que ouvia e via a pequena plateia aplaudir as palavras da professora Amanda. A emoção do avô foi do mesmo tamanho da emoção do cidadão, no caso mais forte do que a da repórter, comedida. Não me lembro, nestes meus quase 60 anos de jomalismo ter anotado no recinto da Assembleia Legislativa do Rio Grande do Norte, um discurso tão carregado de verdade e de coragem cívica quanto este da professora Amanda.

Poucos neste país retrataram com tanto realismo o descaso com que o Governo (seja federal, estadual ou municipal) trata o problema da Educação. Impressionante a coragem e a naturalidade - a espontaneidade - de Amanda diante de alguns deputados presentes e da secretária de Educação do Estado. Falou de improviso, fez a sua denúncia e exibiu para todos o contra-cheque de 930 reais, o seu salário mensal. Olhando nos olhos dos senhores deputados, disse: “Com esse salário, os senhores não conseguiriam nem pagar a indumentária que usam para estar aqui”. Silêncio, no semblante de cada um dos representantes do povo um traço de constrangimento. “Eu sou realmente uma professora que pega três ônibus todos os dias para ir ao trabalho e não acho isso bonito. Eu não acho isso interessante. Eu acho que essa é uma situação de opressão”, disse Amanda ao repórter Isaac Lira, da Tribuna do Norte, para uma entrevista que foi publicada quinta-feira, 19, nove dias depois de seu pronunciamento na Assembleia Legislativa.

Outra coisa que chama atenção nessa história da professora Amanda Gurgel. A sua participação da audiência pública realizada na Assembleia Legislativa não mereceu nenhum registro na imprensa local. Nem nos jornais impressos, nem nas colunas políticas, nem na televisão, nem nos blogues. Nem nos rilizes oficiais da própria Assembleia, promotora do debate. A notícia só chegou às redações locais, oito dias depois por conta da explosão provocada pela divulgação do vídeo no Youtube. A imprensa local ficou engolindo mosca esse tempo todo. Não procurou ouvir sequer a opinião dos deputados sobre a denúncia grave da professora.

Tem outro detalhe que “descobri” vendo o rosto jovem e bonito da professora Amanda, sua voz firme, corajosa, clara, fazendo didaticamente uma denúncia grave, o brilho de seus olhos, os cabelos cacheados caindo pelos ombros. Vi e revi essa imagem várias vezes nas repetições do vídeo, conferi na reportagem da Tribuna do Norte e na entrevista que ela deu para TV Cabugi. Vi no rosto da professora Amanda Gurgel semelhança forte com o rosto de Nísia Floresta Brasileira Augusta. Mais nitidamente forte ainda na comparação dos cachos, no jeito dos cabelos. Nisia Floresta, nascida Dionísia Gonçalves Pinto, naqueles tabuleiros de Papari, a poeta, a escritora, a feminista, a educadora, a rebelde, a revolucionária de A lágrima de um Caeté.

Liguei para um velho amigo, poeta, kardecista de muita fé, e também catequista que às vezes usa do púlpito para socorrer amigos sonâmbulos de crenças. Disse-Ihe dessa minha imaginação entre a professora Amanda Gurgel e a escritora Nísia Floresta, ambas educadoras, a semelhança física entre as duas que eu constatara comparando suas fotografias, os mesmos cabelos cacheados das duas mulheres rebeldes, corajosas, o jeito que elas usaram - Nísia no seu tempo, há 150 anos, e Amanda, agora, no tempo presente - para defender a causa da Educação. O amigo riu, o riso tranquilo dos que sabem das coisas, mesmo no trato com incréus, uns tantos e outros meio ‘ímpios, e disse: “Nós todos somos encarnações e reencarnações. Nísia pode ter voltado”. E antes de desligar o telefone, perguntou sobre a sangria do Açude Gargalheira e recomendou que eu relesse Opúsculo Humanitário.

Trata-se de um livro de Nísia Floresta, cuja segunda edição (a primeira é de 1853, Rio de Janeiro, Typographia de M.A.Silvia Lima) foi publicada em 1989 pela Fundação José Augusto, quando eu andei por lá, numa parceria com a Cortez Editora, de São Paulo. O livro reúne artigos que Nísia publicou em jornais do Rio de Janeiro. A edição tem uma introdução e notas de Peggy Sharpe-Valadares, professora e escritora norte-americana, com posfácio de Constância Lima Duarte, escritora e professora mineira, a mais importante biógrafa de Nísia Floresta:

- As mulheres romanas assinalaram-se por heróicas virtudes, de que as mulheres modernas não têm dado ainda, como elas, exemplos. Porém, déspotas tais como os romanos não podiam compreender e ministrar à mulher a educação que convém. Os déspotas querem escravos que se submetam humilde e cegamente à execução de suas vontades, e não a inteligência que se opunham a elas e ensinem aos povos a sacudir o seu jogo. Fácil Ihes foi, pois, deixaram na ignorância essa parte da humanidade a quem Deus sem sua paternal previdência aquinhoou de maior porção de bondade doçura

- Quanto mais ignorante é um povo tanto mais fácil é a um governo absoluto exercer sobre ele o se ilimitado poder. É partindo deste principio, tão contrário à marcha progressiva da civilização, que a maior parte dos homens se opõe a que se facilite à mulher os meios de cultivar o seu espírito. Porém, é este um erro que foi e será sempre funesto à prosperidade das nações, como à ventura doméstica do homem.

- A falta de uma boa educação é a causa capital que contribui para que a mulher, no meio da corrupção da sociedade, perca esse norte, o qual não é outro mais que a moral.

No último relatório do ministro do Império, dando conta, ‘à Assembleia Geral, da comissão de que fora encarregado às províncias do Norte o nosso distinto poeta Gonçalves Dias, achamos uma prova do que acabamos de expender: “A desarmonia em que se acham as disposições legislativas de cada província, relativas a tão importantíssimo objeto, a deficiência do método de ensino das matérias, a multiplicidade e má escolha de livros para uso das escolas, o programa de estudos nos estabelecimentos literários, a insuficiente inspecção em alguns lugares e a quase nenhuma em outros, e, finalmente, a pouca frequência e assiduidade dos alunos, são outras tantas causas desse estado tão pouco próspero (...). De tudo isso resulta a necessidade de uma reforma radical na instrução pública, dando-lhe um centro de unidade e de ação que a torne uniforme por toda a parte, e vá gradualmente extirpando os vícios e defeitos que têm até obstado ao seu progresso e desenvolvimento”.

Amanda Gurgel repete Nísia Floresta que repetiu Gonçalves Dias. Me chega Carlos Drummond de Andrade e sussurra pelo corredor: “João amava Teresa que amava Raimundo que amava Maria que amava Joaquim que amava Lili que não amava ninguém.”
Artigo de Wodem Madruga, jornalista da Tribuna do Norte em Natal

PROFESSORA AMANDA GURGEL SILENCIA AUTORIDADES

Professora Amanda Gurgel silencia Deputados em audiência pública. Depoimento Resumindo o quadro da Educação no Brasil. Educadora fala sobre condições precárias de trabalho no RN/BRASIL. (10/05/2011)

TRAGÉDIA EM REALENGO: VISÃO DE UMA EDUCADORA

 
Encaminhando...
Às Autoridades deste país,
Li tudo que pude, publicado até o presente momento, a respeito da tragédia acontecida na escola do Realengo, no Rio de Janeiro.
E meditei muito antes de tomar a decisão de escrever este pequeno texto.
Não gostei, de forma alguma, de nenhuma das declarações: da Exma. Sra. Presidente da República, do Exmo. Sr. Ministro da Educação e do Exmo. Sr. Governador do Rio de Janeiro.
Da Presidente Dilma, em quem votei, discordo da afirmação de que o acontecimento não faz parte da cultura brasileira.
Do Ministro da Educação, discordo de sua declaração, agora, após este acontecimento, de que a Educação brasileira está de luto.
Do Governador do Rio de Janeiro, discordo de sua qualificação sobre o assassino dos estudantes como um animal.
Minhas refutações:
Ø  a Presidente só tem razão quanto à forma e não quanto ao conteúdo: a forma do assassinato coletivo em escolas, à moda norte-americana, de fato, não era usual em nossas práticas sociais, até agora. Mas quanto ao conteúdo, Sra. Presidente, ignorar que a violência está presente no cotidiano de nossas escolas, é tapar o sol com a peneira. É retórica. A violência está presente, há muito tempo, nas escolas, sob as mais diversas formas: agressões entre alunos, de alunos contra professores, e, mesmo em escala menor, de professores contra alunos.
Ø  Em decorrência, acho que está refutada a fala do Ministro. Por que só agora, quando a tragédia é coletiva, o Sr. Ministro vem a público para dizer que a Educação está de luto?  Faz muito tempo, décadas, que a Educação brasileira está de luto, não apenas pela violência que grassa no meio escolar, mas também pela omissão dos nossos governantes ante a própria educação.
Ø  Sobre a fala do Sr. Governador do Rio de Janeiro: é muito fácil achar um bode expiatório e – desculpem a expressão – “tirar da seringa”. Neste discurso, a fala oficial quer atribuir a um indivíduo – autor material do crime - toda a culpabilidade. Assim fazendo, escamoteia-se a responsabilidade dos governantes.
A Escola vem sendo um dos mais expressivos espaços de violência de nossa sociedade. Tanto a pública quanto a privada. Basta ler os noticiários.
A Educação, notadamente a pública, aquela apenas à qual pode aceder a grande parte da população brasileira, está no abandono. Reconheço que não faltam políticas públicas para uma série de aspectos a ela referentes, como cursos para qualificação de professores, cursos direcionados para o respeito às diversidades, cursos direcionados para os Direitos Humanos, etc etc etc, mas faltam medidas efetivas para garantir a segurança nas Escolas, de  alunos e professores; faltam políticas fortes e concretas de combate às drogas (um dos maiores, senão o maior, fatores da violência escolar).
Faltam políticas fortes para criar valores moralmente sadios na infância e na juventude. Por que? Porque a sociedade contemporânea, nutrida diariamente por anti-valores humanos, como o consumismo desenfreado, a competitividade destrutiva, o individualismo exacerbado, vem sistematicamente implodindo valores necessários à produção/reprodução de uma sociedade: um mínimo de direcionamento para a existência humana como referência fundamental e magnífica – a vida como valor; de cooperação societária, de perspectiva e engajamento coletivos.
O magistério, essa outrora profissão respeitada - e essencial a qualquer sociedade para que se concretize a transmissão do patrimônio cultural de uma geração a outra, para que a geração mais nova possa elaborar, no seu tempo histórico, o seu patrimônio cultural – vem sendo desqualificado, conspurcado, aviltado, desrespeitado pelos vários segmentos sociais, a começar de nossos governantes. Não precisamos ir longe: vários estados brasileiros (leia-se: seus governantes), estavam se recusando a pagar um piso salarial para os professores da Educação Básica, sob a alegação de que as contas dos estados e municípios não suportariam os custos e de que o piso salarial seria inconstitucional. . Mas ... a União, os estados e municípios suportam (!!!) os custos de empreguismo sem concurso de parentes e aderentes, de falcatruas com o dinheiro público, de licitações direcionadas e tortuosas, de não obediência dos dispositivos legais sobre gastos públicos, .... contra isto, os governantes não se indignam. Ao contrário: posam de virgens imaculadas.
Quando uma professora do Rio Grande do Sul foi agredida, recentemente, fato amplamente divulgado pela mídia, por um aluno com uma cadeira, o Ministro da Educação não se pronunciou. Tantos episódios de agressão nas Escolas! E o Sr. Ministro da Educação não se pronunciou. Por que o fez agora? Por que o assassinato da Escola do Rio de Janeiro não só foi coletivo como, principalmente, reverberou na mídia fortemente ... e na mídia internacional. E aí, a preocupação parece ter sido muito mais o arranhamento que isto possa produzir na imagem do Rio de Janeiro com vistas à Copa do Mundo e às Olimpíadas. Do que o fato em si. Porque as imagens mascaradas da realidade, nestes discursos, parecem valer mais do que a própria realidade.
Aí, só ai, a Educação se fez de luto? É brincadeira, Sr. Ministro. Não nos tome por idiotas.
Igualmente. Sr. Governador Sérgio Cabral, não nos tome por idiotas.
Quando li sua infeliz e preconceituosa declaração sobre o assassino, o primeiro cuidado que tive, foi tentar saber quem ele era. Suspeitei que era alguém cuja vida seria uma dessas vidas – tantas vidas jovens! – desperdiçadas deste país. Por falta de Educação. E é. Somente olhando para o rosto do jovem e depois lendo o bilhete de despedida que deixou, muita coisa pode se analisada. Primeiramente, apesar da declaração de sua irmã, de que ele seria professo do islamismo, não coloquemos a pecha maldita sobre esta religião que tem uma profunda e admirável relação com a divindade, tanto quanto outras religiões. Cuidado com nossos preconceitos de estigmatizarmos o Outro, especialmente quando o Outro nos agride, como neste caso. Nunca paramos para pensar que nós também agredimos o Outro, porque é mais cômodo.  Porque o recado final do trágico assassino fala em Jesus, portanto ... porque a figura de Jesus é mais própria de nossa cultura ocidental do que da cultura islâmica. Cuidado com qualificativos de primeira hora.
Ademais, Sr. Governador, é muito fácil, como eu já disse, achar o bode expiatório e se eximir das responsabilidade dos gestores públicos: o assassino entrou na escola como bem quis, sem controle de segurança. A maioria esmagadoríssima das escolas desse país não tem esquema de segurança. Nem as elites estão a salvo em suas escolas privadas.
Agora, chamar o assassino de animal pode ser alvo de várias contestações, inclusive judiciais. Talvez a intenção de Vossa Excelência tenha sido atribuir ao assassino a falta de razão que os animais não teriam. Porém, deixo aqui alguns modestos questionamentos: 1º) Vossa Excelência ofendeu aos animais, cujo reino nos pode transmitir muita sabedoria, para a qual, infelizmente, o ser humano não atenta; 2º) Tem muito ser humano desprovido de razão, por uma série  de justificativas, entre as quais, porque não foi educado para usar a razão; 3º) Muitos seres humanos auto-considerados racionais, auto- carimbados de racionais, especialmente porque vêm de classes dominantes e têm diplomas universitários e são nossos governantes, cometem desatinos que animais não cometeriam, como permitirem que pessoas se instalem em áreas de risco ambiental, sem regras e sem freios de dispositivos legais públicos, causando tragédias a exemplo das acontecidas no Morro do Bumba (Angra dos Reis), em Petrópolis e Teresópolis. E tantos outros exemplos, em cada um dos estados brasileiros.
Animal? Quem é animal?
Quem é animal no sentido da desrazão?
Só pode ter desrazão quem tem a razão como qualificativo ontológico do seu ser. Esse assassino suicida pode não ter tido a chance da razão na sua vida.
Mas muita gente que se acha, que acha que teve e tem a razão, continua confundindo que tem (equivocadamente) a razão, quando o que tem, não passa de uma miopia.
O assassino dos estudantes da escola do Realengo carrega muita gente para a morte.  E não são, apenas, os estudantes que, efetivamente, morreram por ele assassinados.
Que destas mortes, oxalá, emerja uma cáustica reflexão sobre os nossos erros em relação à educação brasileira. Que esses estudantes mortos e seu assassino brotem em flores, como flores, de uma outra educação, mais igualitária, emancipatória, igualitária.
8/04/2011
Rosa Godoy
Universidade Federal da Paraíba

domingo, 17 de abril de 2011

DILMA VISITA À CHINA

Visita de Dilma à China amplia importância do Brasil no mundo
A presidenta Dilma Rousseff inicia nesta terça-feira (12) sua agenda oficial na China, onde deverá assinar cerca de 20 acordos comerciais nas áreas de tecnologia, agricultura, esporte, educação e comércio. Terceira agenda internacional da presidenta, a passagem de Dilma pelas cidades de Pequim, Sanya, Boao e Xian demonstram o interesse brasileiro em aumentar as relações comerciais e política com os chineses. Dilma já chegou ao Japão, mas terá agenda livre nesta segunda.

A viagem, na avaliação do deputado Dr. Rosinha (PT-PR), membro da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, é importante, especialmente no sentido de ampliar as exportações brasileiras para a China. “A China é hoje o principal parceiro comercial do Brasil. Qualquer país do mundo tem que ter acordo com a China. Não só no sentido de desenvolvimento, mas também de disciplina comercial”, disse Rosinha, ressaltando os baixos preços praticados pelo país asiático no mercado internacional, o que tem causado prejuízo aos mercados comerciais de vários países.

Outro fator importante da visita, explicou Rosinha, se deve à necessidade de fortalecimento dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul). “Os países do Bric devem ter um relacionamento não só comercial, mas de cooperação mútua. São países com potencial de juntos desenvolverem um bom parque industrial”, afirmou. Na cidade chinesa de Sanya, Dilma participa da 3ª Cúpula do Brics, onde estarão presentes o presidente da China, Hu Jintao, da Rússia, Dmitri Medvedev, o primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e o presidente da África do Sul, Jacob Zuma.

Para o deputado Décio Lima (PT-SC), também membro da comissão de Relações Exteriores, a visita da presidenta brasileira à China caminha no sentido do aprofundamento da “revolução” da política externa iniciada no governo do ex- presidente Lula. Assim como o Brasil, explicou o parlamentar, a China vem rompendo barreiras e se consolidando como umas das principais economias mundiais.

“Essa viagem é um processo de consolidação do papel que o Brasil assumiu nos últimos anos. Até pouco tempo atrás, nossas relações comerciais se concentravam apenas no âmbito da América Latina. Graças à política externa do presidente Lula, o Brasil vive uma verdadeira revolução em suas relações comerciais e, neste sentido, a China é sem dúvida um dos seus mais importantes parceiros”, ressaltou.

Embraer - Entre os acordos que serão assinados com a China está um que prevê a venda de aeronaves da empresa brasileira Embraer para companhias aéreas chinesas. Os aviões farão voos regionais no país asiático. Outros acordos que serão assinados estabelecem a instalação de um centro de pesquisa conjunta em nanotecnologia. Há também parcerias em pesquisa e inovação em agricultura, defesa, biocombustíveis, eletricidade e prospecção de petróleo.

Serão oficializadas também parcerias entre a Petrobras e as empresas chinesas Sinochem e Sinopec para o desenvolvimento de tecnologias de prospecção e troca de experiências em pesquisas geológicas. Outro acordo prevê parcerias no desenvolvimento de energia através de biocombustíveis. Uma das possibilidades estudadas na China é produzir biocombustível a partir de algas

A Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 também serão temas do encontro de Dilma com o presidente chinês, Hu Jintao. O Brasil quer utilizar os jogos internacionais para captar investimentos.

Blog Marcelo Sereno
Visita de Dilma à China amplia importância do Brasil no mundo
Por Redação ⋅ abril 11, 2011 ⋅ Mande por e-mail ⋅ Imprima essa postagem ⋅ Poste um comentário
Arquivado em Brasil, China, Dilma Rousseff, Pequim
http://www.blogdosereno.com.br/blog/2011/04/visita-de-dilma-a-china-amplia-importancia-do-brasil-no-mundo/
Fonte: PT na Câmara

domingo, 30 de janeiro de 2011

Índice Planeta Vivo


Bandnews
IPV global revela que entramos no ciclo no qual as mudanças climáticas extremas, fruto da degradação ambiental, já colaboram elas mesmas para ...
IPV global revela que entramos no ciclo no qual as mudanças climáticas extremas, fruto da degradação ambiental, já colaboram elas mesmas para potencializar efeitos ambientais adversos, atenta Marina Silva
Marina Silva De Brasília (DF)
Quem tem conta bancária conhece alguns cuidados básicos para operá-la sem correr o risco de enormes dores de cabeça. Sabe que deve evitar recorrer ao cheque especial porque a enrascada para pagar será grande e, a depender do tamanho do descuido, poderá ser levado à bancarrota. Também sabe que não é muito inteligente mirar-se no exemplo do vizinho imprudente que dilapidou todo o patrimônio, sob o argumento de que "se ele fez bobagem, tenho o direito de fazer também".
Para o planeta vale o mesmo raciocínio. Não dá para sacar a descoberto sobre uma disponibilidade fictícia de recursos naturais e acabar com a nossa "herança" apenas porque outros o fizeram antes. Mas, por incrível que pareça - e com tantas evidências da urgência de mudar esse comportamento - ainda prevalece o discurso de que se os países ricos se desenvolveram com base na exploração intensiva de seu capital natural, é nosso direito fazer o mesmo, até porque teríamos "muita gordura para queimar".
Ao contrário, quem tem hoje reservas de recursos naturais deve conservá-las porque esse é o cacife para o novo padrão de desenvolvimento que parece inexorável. O padrão terra-arrasada do passado não serve mais e quem insiste nele perderá as melhores oportunidades de acertar o passo com o futuro. E no caso brasileiro, nem temos mais toda essa propalada "gordura". Nosso diferencial está se exaurindo rapidamente e já estamos atrasados na decisão de caminhar na direção de novos indicadores de eficiência econômica.
A organização não-governamental WWF faz a cada dois anos um relatório mostrando como anda o impacto das atividades humanas sobre os recursos naturais, por meio do Índice Planeta Vivo (IPV) que compara a biocapacidade (quantidade de área produtiva disponível para atender às necessidades dos seres humanos) e a pegada ecológica, um cálculo que mostra o impacto das atividades e diferentes estilos de vida sobre os recursos naturais.
Todos os habitantes do planeta dependem dos serviços fornecidos pelos sistemas naturais. O relatório da WWF mostra estarmos indo a um ritmo tão acelerado e intenso de consumo dos recursos naturais, a ponto de ameaçar a perenidade desses serviços. É o anúncio de um colapso muito mais grave do que a crise financeira que tanto nos impressiona. Estamos de olho na dissolução do capital dinheiro e não percebemos a aproximação do colapso do capital natureza.
O IPV global traz números e análises muito preocupantes (veja em www.wwf.org.br). Revelam que entramos no ciclo no qual as mudanças climáticas extremas, fruto da degradação ambiental, já colaboram elas mesmas para potencializar efeitos ambientais adversos.
Nas florestas tropicais o IPV caiu 62% em 35 anos, por motivos que, no que nos diz respeito, conhecemos bem, a começar do desmatamento e algumas atividades econômicas descontroladas. A WWF conclui que a pegada ecológica global execede hoje em 30% a capacidade de regeneração do planeta. E que, a continuar nesse ritmo, em meados de 2030 precisaremos de dois planetas para manter nosso estilo de vida.
As cinco maiores pegadas per capita nacionais são dos Emirados Árabes, Estados Unidos, Kuwait, Dinamarca e Austrália. Oito países - Estados Unidos, Brasil, Rússia, China, Índia, Canadá, Argentina e Austrália - possuem mais da metade do total da biocapacidade mundial. Mais de 75% da população mundial vivem em países que superaram sua biocapacidade e, portanto, sustentam seu estilo de vida retirando cada vez mais capital ecológico de outras partes do mundo. Se toda a população mundial tivesse o consumo médio dos americanos, precisaríamos de 4,5 planetas para dar conta da demanda. Ou seja, não é mais possível alimentar a cultura do "padrão americano" como sonho de consumo planetário.
É chegado o momento de entender o quanto de corrosivo e insustentável existe por trás desse padrão, também eticamente questionável pois, ao não ser universalizável, traz em si a gênese da desigualdade. Questioná-lo é abrir portas para reinventar nosso desejo de mundo, caindo literalmente na real. A situação ainda não é irreversível, mas é preciso agir com urgência para mudá-la.
A América Latina aparece no relatório numa situação intermediária, como se sua conta começasse a entrar no vermelho, mas ainda sem ultrapassar o limite do "cheque especial" natural, o que nos coloca numa situação privilegiada para influenciar a definição de novos padrões de progresso, de produção e consumo. Talvez o universo esteja criando a oportunidade de, numa inversão histórica - no momento em que a história mostra mais uma vez que nada é imutável -, trocar os sinais no continente: os países detentores de megadiversidade biológica passariam a ser fonte de soluções de desenvolvimento capazes de constituir o sonho do futuro. Não mais de consumo, mas de vida melhor para todos, com justiça social e respeito ao meio ambiente.

Marina Silva é professora secundária de História, senadora pelo PT do Acre e ex-ministra do Meio Ambiente.

Fale com Marina Silva: marina.silva08@terra.com.br
Fonte do texto: http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI3320604-EI11691,00- Indice+Planeta+Vivo.html.   Acesso 30/01/2011 as 19:49 de 

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

A Carta do Cacique Seattle, em 1855

 Cacique SeattleCacique Seattle

Em 1855, o cacique Seattle, da tribo Suquamish, do Estado de Washington, enviou esta carta ao presidente dos Estados Unidos (Francis Pierce), depois de o Governo haver dado a entender que pretendia comprar o território ocupado por aqueles índios. Faz mais de um século e meio. Mas o desabafo do cacique tem uma incrível atualidade. A carta:

    "O grande chefe de Washington mandou dizer que quer comprar a nossa terra. O grande chefe assegurou-nos também da sua amizade e benevolência. Isto é gentil de sua parte, pois sabemos que ele não necessita da nossa amizade. Nós vamos pensar na sua oferta, pois sabemos que se não o fizermos, o homem branco virá com armas e tomará a nossa terra. O grande chefe de Washington pode acreditar no que o chefe Seattle diz com a mesma certeza com que nossos irmãos brancos podem confiar na mudança das estações do ano. Minha palavra é como as estrelas, elas não empalidecem.
Como pode-se comprar ou vender o céu, o calor da terra? Tal idéia é estranha. Nós não somos donos da pureza do ar ou do brilho da água. Como pode então comprá-los de nós? Decidimos apenas sobre as coisas do nosso tempo. Toda esta terra é sagrada para o meu povo. Cada folha reluzente, todas as praias de areia, cada véu de neblina nas florestas escuras, cada clareira e todos os insetos a zumbir são sagrados nas tradições e na crença do meu povo.
    Sabemos que o homem branco não compreende o nosso modo de viver. Para ele um torrão de terra é igual ao outro. Porque ele é um estranho, que vem de noite e rouba da terra tudo quanto necessita. A terra não é sua irmã, nem sua amiga, e depois de exaurí-la ele vai embora. Deixa para trás o túmulo de seu pai sem remorsos. Rouba a terra de seus filhos, nada respeita. Esquece os antepassados e os direitos dos filhos. Sua ganância empobrece a terra e deixa atrás de si os desertos. Suas cidades são um tormento para os olhos do homem vermelho, mas talvez seja assim por ser o homem vermelho um selvagem que nada compreende.
Não se pode encontrar paz nas cidades do homem branco. Nem lugar onde se possa ouvir o desabrochar da folhagem na primavera ou o zunir das asas dos insetos. Talvez por ser um selvagem que nada entende, o barulho das cidades é terrível para os meus ouvidos. E que espécie de vida é aquela em que o homem não pode ouvir a voz do corvo noturno ou a conversa dos sapos no brejo à noite? Um índio prefere o suave sussurro do vento sobre o espelho d'água e o próprio cheiro do vento, purificado pela chuva do meio-dia e com aroma de pinho. O ar é precioso para o homem vermelho, porque todos os seres vivos respiram o mesmo ar, animais, árvores, homens. Não parece que o homem branco se importe com o ar que respira. Como um moribundo, ele é insensível ao mau cheiro.
Se eu me decidir a aceitar, imporei uma condição: o homem branco deve tratar os animais como se fossem seus irmãos. Sou um selvagem e não compreendo que possa ser de outra forma. Vi milhares de bisões apodrecendo nas pradarias abandonados pelo homem branco que os abatia a tiros disparados do trem. Sou um selvagem e não compreendo como um fumegante cavalo de ferro possa ser mais valioso que um bisão, que nós, peles vermelhas matamos apenas para sustentar a nossa própria vida. O que é o homem sem os animais? Se todos os animais acabassem os homens morreriam de solidão espiritual, porque tudo quanto acontece aos animais pode também afetar os homens. Tudo quanto fere a terra, fere também os filhos da terra.
    Os nossos filhos viram os pais humilhados na derrota. Os nossos guerreiros sucumbem sob o peso da vergonha. E depois da derrota passam o tempo em ócio e envenenam seu corpo com alimentos adocicados e bebidas ardentes. Não tem grande importância onde passaremos os nossos últimos dias. Eles não são muitos. Mais algumas horas ou até mesmo alguns invernos e nenhum dos filhos das grandes tribos que viveram nestas terras ou que tem vagueado em pequenos bandos pelos bosques, sobrará para chorar, sobre os túmulos, um povo que um dia foi tão poderoso e cheio de confiança como o nosso.
De uma coisa sabemos, que o homem branco talvez venha a um dia descobrir: o nosso Deus é o mesmo Deus. Julga, talvez, que pode ser dono Dele da mesma maneira como deseja possuir a nossa terra. Mas não pode. Ele é Deus de todos. E quer bem da mesma maneira ao homem vermelho como ao branco. A terra é amada por Ele. Causar dano à terra é demonstrar desprezo pelo Criador. O homem branco também vai desaparecer, talvez mais depressa do que as outras raças. Continua sujando a sua própria cama e há de morrer, uma noite, sufocado nos seus próprios dejetos. Depois de abatido o último bisão e domados todos os cavalos selvagens, quando as matas misteriosas federem à gente, quando as colinas escarpadas se encherem de fios que falam, onde ficarão então os sertões? Terão acabado. E as águias? Terão ido embora. Restará dar adeus à andorinha da torre e à caça; o fim da vida e o começo pela luta pela sobrevivência.
    Talvez compreendêssemos com que sonha o homem branco se soubéssemos quais as esperanças transmite a seus filhos nas longas noites de inverno, quais visões do futuro oferecem para que possam ser formados os desejos do dia de amanhã. Mas nós somos selvagens. Os sonhos do homem branco são ocultos para nós. E por serem ocultos temos que escolher o nosso próprio caminho. Se consentirmos na venda é para garantir as reservas que nos prometeste. Lá talvez possamos viver os nossos últimos dias como desejamos. Depois que o último homem vermelho tiver partido e a sua lembrança não passar da sombra de uma nuvem a pairar acima das pradarias, a alma do meu povo continuará a viver nestas florestas e praias, porque nós as amamos como um recém-nascido ama o bater do coração de sua mãe. Se te vendermos a nossa terra, ama-a como nós a amávamos. Protege-a como nós a protegíamos. Nunca esqueça como era a terra quando dela tomou posse. E com toda a sua força, o seu poder, e todo o seu coração, conserva-a para os seus filhos, e ama-a como Deus nos ama a todos. Uma coisa sabemos: o nosso Deus é o mesmo Deus. Esta terra é querida por Ele. Nem mesmo o homem branco pode evitar o nosso destino comum."

Uma outra versão da famosa Carta do Índio pode ser conferida aqui
Clique aqui para ler a versão deste texto em seu original, em inglês!